Quando o assunto é manejo de pastagens, muitos pecuaristas se deparam com a dúvida: é hora de recuperar ou reformar o pasto?
Essa decisão exige uma análise criteriosa e conhecimento técnico — e foi justamente sobre isso que falamos em um dos nossos vídeos com a zootecnista Renata Erler, especialista em sistemas de produção a pasto.
Neste artigo, vamos destacar os principais pontos abordados pela Renata, explicando de forma prática e objetiva como avaliar a real condição da área e escolher a melhor estratégia.
Quando é possível recuperar a pastagem?
A recuperação é indicada quando o pasto ainda apresenta ao menos 70% de cobertura de capim.
Para avaliar isso, alguns sinais precisam ser observados:
- Presença de solo exposto: indica perda de cobertura vegetal e maior risco de erosão.
- Infestação de ervas daninhas: é importante identificar o tipo e o nível de infestação.
- Necessidade de manejo: será necessário aplicar herbicida? A área precisa ser roçada antes?
- Uso do gado no processo: em muitos casos, o gado pode ser usado estrategicamente para ajudar no rebaixamento da vegetação antes da aplicação de controle químico.
Quando optar pela reforma do pasto?
Se a cobertura de capim estiver abaixo de 70% — por exemplo, com apenas 40% da área produtiva — dificilmente o manejo será suficiente para recuperar a capacidade da pastagem.
Nesse cenário, a reforma se torna inevitável, com um processo mais intenso que pode envolver:
- Dessecamento com herbicida total
- Gradeamento e preparo do solo
- Correções com base na análise de solo
- Replantio com cultivares adequados à região
Avaliação in loco: nada substitui o olho no campo
A Renata reforça que, apesar da ajuda de tecnologias como drones, a presença no campo é indispensável.
A avaliação visual direta, com conhecimento técnico, é o que garante uma tomada de decisão assertiva.
Ervas daninhas, por exemplo, muitas vezes se confundem com capins e podem passar despercebidas por quem não tem o olhar treinado. Por isso, contar com um consultor é essencial.
Recuperar custa menos e dá retorno mais rápido
A recuperação, quando possível, é mais econômica e rápida do que uma reforma completa. Em média:
- Recuperação: leva de 60 a 70 dias, com uso parcial da área.
- Reforma: pode levar até 6 meses, sem uso do pasto durante o período.
Exemplo prático: recuperação com capim mombaça
Renata exemplifica com uma área de mombaça infestada por daninhas.
A primeira ideia pode ser aplicar herbicida direto mas, se as daninhas estiverem altas, isso reduz a eficiência.
A estratégia mais recomendada seria:
- Introduzir o gado para rebaixar a área
- Roçar a vegetação
- Aplicar o herbicida quando as plantas daninhas estiverem mais jovens e vulneráveis
Essa sequência aumenta a eficácia do controle e acelera o retorno da produtividade da área.
Na dúvida, analise o solo e peça ajuda
Para áreas severamente degradadas, com gramão ou batatais e cobertura quase nula, não tem jeito: é reforma mesmo.
O primeiro passo nesse caso é:
- Coletar amostras de solo
- Aplicar herbicida para limpeza total
- Corrigir o solo com base na análise
- Replantar com variedade apropriada
Conclusão: Recuperar quando possível, reformar quando necessário
Cada área tem suas particularidades. Por isso, antes de decidir, avalie:
✔️ Qual a porcentagem de cobertura de capim?
✔️ Qual o tipo e nível de infestação de plantas daninhas?
✔️ Há solo exposto?
✔️ O tempo e o custo disponíveis permitem esperar por uma reforma?
Se você quer melhorar o rendimento da sua pastagem, evite achismos.
Conte com uma equipe técnica que entenda da realidade no campo e possa te orientar com segurança.
👉 Assista ao vídeo completo com a Renata no nosso canal e compartilhe com quem também quer produzir mais com menos área!
#RecuperaçãoDePastagem #ReformaDoPasto #ChoqueBruto #PecuáriaDeResultado #RenataErler #ZootecniaNaPrática #PastagemProdutiva #ControleDeDaninhas #CapimBemManejado